O horizonte prata do azul profundo da chuva
A terra batida e esburacada
O gado que olha enfadado
Do ir e vir de ônibus e caminhões
Seu olhar entediado entristece
Mas seus olhos amendoados são lindos
Os buracos da estrada são muitos
Fazem subir e descer
Com um pouco de frio na barriga
Desde quando fiquei tão medrosa?
Alguém me conte!
Estou chegando agora, hoje
Hoje ainda, daqui a pouco, mais tarde
Logo depois da ponte, da represa e dos pastos
Ainda bem que é na última parada
Assim posso me esquecer
Sem o risco de me perder jamais
Essa terra é assim:
Seca que só mas quando chove...
Basta uma chuvinha para que tudo fique verde de novo
As árvores agradecem e se moldam
As vezes ficam parecendo fusquinhas na beira da estrada
As estradas vão nos levando a toda parte
De um ponto a outro
Transportando pessoas e coisas
Vidas, pensamentos e sentimentos
Chegando a todas as partes
E esquecendo algumas
Perdidas no tempo
Nosso ponto de destino final
Um lugar qualquer
do Brasil